
Você já se perguntou como uma pessoa cega navega em um site? Ou como alguém com deficiência auditiva compreende um vídeo sem legenda? E quem tem limitações motoras, cognitivas ou visuais parciais — será que consegue preencher formulários digitais com facilidade? Essas são questões fundamentais quando falamos sobre acessibilidade digital, um tema cada vez mais relevante no mundo hiperconectado.
No Brasil, a população com deficiência foi estimada em 18,6 milhões, considerando pessoas de 2 anos ou mais, o que corresponde a 8,9% da população dessa faixa etária, segundo o IBGE. Trata-se de um grupo significativo que, quando negligenciado no ambiente digital, além de ser excluído da participação plena na sociedade da informação, representa perda de potenciais clientes e vendas. Se pensarmos sobre esses dados a nível mundial, essa necessidade ganha proporções ainda maiores.
Neste artigo, você vai entender melhor o que é acessibilidade digital, por que ela é tão importante para as empresas e para a sociedade, quais padrões internacionais e nacionais orientam sua implementação e como transformar a presença digital da sua empresa em um espaço mais inclusivo. Acompanhe!
O que é acessibilidade digital?
A acessibilidade digital é a garantia de que todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sensoriais ou intelectuais, possam acessar, compreender e interagir com conteúdos digitais presentes em sites, aplicativos, plataformas online, entre outros. Ela é essencial para assegurar a conformidade técnica e promover equidade no acesso às tecnologias, informações e serviços disponíveis na internet.
Além de cumprir aspectos legais, a acessibilidade digital se destaca como um valor fundamental que fortalece marcas. Empresas que investem em ambientes digitais inclusivos ampliam seu alcance, conquistam novos públicos e estabelecem conexões genuínas com todos os usuários, inclusive aqueles sem deficiência que valorizam o tema.
Promover acessibilidade digital implica em desenvolver interfaces e produtos que sejam utilizáveis por pessoas com deficiências permanentes, como baixa visão, surdez ou limitações motoras, assim como por indivíduos com condições temporárias, como uma fratura no braço, ou contextuais, como dificuldade em navegar em ambientes muito iluminados. Essa abordagem democratiza a interação com o mundo digital e proporciona experiências mais justas, eficientes e humanizadas para todos.
Quero avaliar a acessibilidade do meu site.
Leis e regulamentações no Brasil
O que pouca gente sabe é que a acessibilidade digital no Brasil é amparada pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que determina que portais e serviços digitais oferecidos por empresas ou órgãos públicos devem ser acessíveis.
O Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (eMAG) complementa essa legislação ao orientar boas práticas técnicas baseadas nas diretrizes internacionais do WCAG.. O descumprimento dessas normas por instituições públicas e privadas pode resultar em sanções legais e prejudicar a reputação da marca.
O Web Content Accessibility Guidelines aparece como um dos principais referenciais dentre as diretrizes técnicas reconhecidas internacionalmente. Desenvolvido pelo World Wide Web Consortium (W3C), ele estabelece critérios objetivos para tornar conteúdos digitais perceptíveis, operáveis, compreensíveis e robustos para todos.
O WCAG está atualmente na versão 2.2 e é dividido em níveis de conformidade:
- A (mínimo)
- AA (recomendado)
- AAA (máximo)
Cada nível representa um grau de acessibilidade mais avançado, sendo o AA o mais adotado como padrão em políticas públicas e no setor privado.
Direito de todos, responsabilidade de cada negócio
Promover a inclusão digital é reconhecer que ela é um direito humano fundamental. Cabe às empresas compreender que acessibilidade não é, para além de um diferencial estratégico e competitivo, uma obrigação ética e social. Ao adotar práticas de acessibilidade, as organizações demonstram compromisso com a diversidade e com a criação de experiências que atendam à totalidade dos usuários.
Do ponto de vista corporativo, investir em inclusão digital traz benefícios significativos: reforça a responsabilidade social, fortalece a reputação da marca, aumenta o alcance de produtos e serviços e reduz riscos legais. Práticas acessíveis têm impactos positivos em métricas como engajamento, taxa de conversão e tempo de permanência em plataformas digitais. Estudos revelam que empresas inclusivas têm 1,7 vezes mais chances de liderarem em inovação.

O que um site acessível precisa ter?
A premissa da acessibilidade digital é remover barreiras para que ninguém fique excluído. E, para que a experiência seja verdadeiramente inclusiva, é fundamental adotar boas práticas de design e desenvolvimento desde o início do projeto, com foco no usuário e atenção à diversidade de perfis e particularidades
Um site acessível deve considerar os seguintes aspectos:
- Uso de HTML semântico: estrutura bem definida com heading tags (H1-H6) corretas, facilitando a navegação e a compreensão da hierarquia da informação.
- Contraste adequado entre cores: legibilidade mesmo para pessoas com deficiência visual ou daltonismo.
- Navegação eficiente por teclado: para usuários que não utilizam o mouse.
- Compatibilidade com tecnologias assistivas: como leitores de tela, que dependem de marcações corretas e ordem lógica de leitura.
- Alternativas textuais: uso de alt text em imagens e transcrições ou legendas para vídeos e áudios.
- Formulários acessíveis: com campos bem identificados e instruções claras.
- Indicação visual de foco: destacando elementos interativos ao serem selecionados.
- Textos claros, objetivos e linguagem inclusiva: promovendo a compreensão por todos os públicos.
- Conteúdos adaptáveis e responsivos: que funcionem bem em diferentes dispositivos e tamanhos de tela.
As medidas de acessibilidade tornam a web mais empática e funcional, e contribuem diretamente para o Search Engine Optimization (SEO), já que mecanismos de busca como o Google valorizam estruturas limpas, organizadas e com boa semântica.

Uma internet verdadeiramente aberta
A acessibilidade deve ser considerada nas estratégias de todas as empresas, independente do tamanho ou área de mercado. Trabalhá-la desde a fase de concepção de um produto digital reduz custos e evita retrabalho, além de garantir a conformidade com a lei e melhores resultados.
Já em sites existentes, é possível realizar auditorias e aplicar melhorias de maneira gradual e eficaz. Dessa forma, é possível trabalhar a inclusão digital e melhorar a reputação da marca.
Na Dexa dispomos de uma equipe técnica especializada em acessibilidade digital; Estamos prontos para transformar diretrizes em experiências reais, funcionais e inclusivas.